segunda-feira, 5 de abril de 2010

Comunismo?! Sei não viu.


John Lennon deixou muito mais do que música antes de sua morte prematura, ele prestou um legado a humanidade pregando por utopias de um mundo melhor, imaginando se as pessoas realmente soubessem viver, mas infelizmente em um de suas frases ele expressou a desesperança de uma geração ao afirmar “o sonho acabou”.

Os sonhos de liberdade , um mundo melhor, a participação popular, foram colocados de lado tanto pelas doutrinas neoliberais quanto pelos que se diziam comunistas.

Quando Marx propôs suas idéias, a Europa se encontrava sob a égide da modernidade industrial que submeteu o homem ao domínio das maquinas controladas pelos tecnocratas sem coração baseados na busca incessante do lucro, o comunismo nasceu assim como uma proposta real e executável contra a exploração e miséria vivenciada pelos trabalhadores, o sonho da sociedade igualitária permeou a mente de proletários do mundo – inclusive o meu quando vislumbrei a beleza do sonho comunista.

O interessante é notar que o materialismo histórico proposto por Marx – e que tem uma força notável, pois o modo de trabalho e a economia são indissociáveis da sociedade contemporânea – pode nos auxiliar a observar a própria morte do comunismo ao aliarmos as observações de Trotsky.

Durante a Revolução Russa que costumo chamar de o “nascimento do povo” na história tínhamos a necessidade de uma organização revolucionária permanente, a qual foi proposta por Lênin e criticada por Trotsky, que chamava a atenção para a possível criação de uma burocracia estatal que desembocaria na formação ditatorial.

E num é que o Trotsky acertou rapaz, após a morte de Lênin o bigodudo do Stalin tratou de formar um estado ditatorial tão repressivo quanto o hitlerista.

O pior de toda esta história é a formação cíclica da história. Os países que compõem a América do Sul foram em suas formações coloniais regiões de exploração para o enriquecimento de suas metrópoles, contudo na década de 70 do século XX os ideais marxista ganharam força o suficiente para a formação de uma leva de grupos guerrilheiros e criação de partidos comunistas.

O sonho chegou até mesmo a desembocar na formação das conhecidas FARC’s colombianas, ou como percebemos principalmente a partir da década de 90 a acessão dos partidos de esquerda a presidência de alguns paises, na esperança popular de uma modificação real no panorama político, econômico e social de desesperança.

Mas como eu disse a história se repetiu, no caso venezuelano vejo com tristeza a morte do sonho citada por Lennon, vemos na reportagem assim como no comportamento de Hugo Chaves na formação de um Socialismo de Estado nos moldes ditatoriais dos demais vigentes, diferente somente na camuflagem democrática.

Pois é, a Venezuela é uma democracia, contudo com a prisão e perseguição de seus opositores, a proibição da liberdade de expressão e a cooptação dos meios de comunicação, Chaves tem em suas mãos o domínio sobre a mídia e as informações vinculadas no pais, em uma completa manipulação da maquina estatal, mas contudo foi o povo que o elegeu, portanto, o estado é legal.

Termino meu breve texto com uma citação do Rappa: “a paz sem voz, não é paz é medo” e amplio, um país sem direito a voz tem medo.

Ai que saudade do tempo que Chaves só era aquele garoto mexicano que morava em um barril.

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