sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dia do Trabalhador

É interessante notar a perda do sentido original das comemorações nacionais ou mesmo a comercialização dos dias, o dia mundial da mulher passou a ser um dia fofinho, esquecendo-se das grandes lutas empreendidas pelas trabalhadoras em busca de reconhecimento e direitos no mundo machista; Natal, eita, la vem a lista de presentes - coitado do meu cartão de crédito.
Com o Dia do Trabalho não foi diferente, mais um feriado entre vários existentes no Brasil, não que eu não goste de uma folga, mas o grande problema é a falta de reflexão sobre o dia. Data por data melhor a Páscoa que tem chocolate.
Pois bem, vamos ao ponto, o Dia do Trabalho se constituiu mundialmente como um marco na luta da classe operária contra a exploração no trabalho fabril, elevando a proposta da diminuição da carga horária diária para 8 horas por dia, confrontando as tradicionais 16 horas de purgação perante as esteiras.
Como toda luta, mártires anónimos morreram em defesa de uma causa, nomes que se perderam na história, porém em lembrança deles trabalhadores do mundo passaram a cobrar de forma sistematizada o respeito e a redução da carga horária.
Manifestações violentas foram realizadas no final do século XIX nos Estados Unidos da América (Império do Mal) onde a repressão da grande burguesia tentou calar a voz do proletariado, e em homenagem a essa luta, a Internacional Comunista resolveu adotar o 1º de Maio, em alusão a data dos primeiros embates com a policia de Chicago, como data simbólica para os trabalhadores do mundo.
No Brasil não foi diferente, o movimento anarquista e comunista que se desenvolvia nos centros industriais brasileiros passaram a exigir de forma sistemática transformações humanitárias no mundo do trabalho, contudo é interessante perceber a utilização da data com fins políticos.
Ainda na Era Vargas (1930-1945), foram estabelecidas as leis trabalhistas como forma de acalmar os ânimos dos trabalhadores urbanos que desenvolviam suas atividades com grande combatividade e organização.
Ao se estabelecer um a leis trabalhistas Vargas silenciou um parcela das reivindicações, passou assim a ser visto como "o pai dos pobres", contudo estabeleceu a cooptação (compra ou associação) dos sindicatos que deveriam ser regidos pelo Ministério do Trabalho, ou seja subordinados ao Estado, impossibilitando assim a combatividade dos trabalhadores, nesse contexto o 1º de Maio não era mais visto como uma data de lembrar da luta ou de se unir em prol de ideologias, mas para comemorar o gracejos alcançados na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e eis que hoje esperamos pelo feriado, mas nos esquecemos do longo e sofrido caminho não para conseguir uma folga, mas para garantir respeito aos trabalhadores.




O que antes era uma data para lutar e relembrar, se transformou em uma data alienante para os trabalhadores. E viva mais um feriado.






PS.: Galera, vale a pena passar no Blog do Diemer, foi de onde saiu Charge que abre esse texto, segue ai o endereço dele:
http://chargedodiemer.blogspot.com/2009_05_01_archive.html














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